sexta-feira, 21 de agosto de 2009

PALAVRAS...



Não sei se o mundo tem jeito. Nós temos. Quando ajudamos alguém e esperamos algo em troca, ainda que seja gratidão, não estamos sendo bons, mas espertos. A bondade, a proteção e a ajuda têm sido usadas como instrumento de controle sobre o coração das pessoas. E, quando, apesar de tudo o que fizemos pelo outro, ele, no exercício de sua liberdade, nos dá um "não", nós o chamamos de ingrato e nos sentimos injustiçados.

Existe uma grande diferença entre amor e favor. No amor, temos grande alegria em fazer algo por alguém e somos pagos no próprio ato de fazer. No favor, tudo o que fazemos é contabilizado e futuramente cobrado. Chamamos de ingrata a pessoa a quem prestamos um favor e na hora de pagar ela não o fez. Mesmo porque nada foi combinado com ela. Ingrato é aquele que não se vendeu aos nossos favores. As relações que se fazem através do binômio favor-gratidão, em geral, são pesadas e de muito conflito porque elas se estabelecem através do jogo da renúncia.


A palavra sacrifício é muito interessante. Vem do latim e significa "tornar-se sagrado para o outro". Quando, porém, somos excessivamente bondosos para os outros eles respondem a isso com culpa. Nenhum filho, nenhum marido, nenhuma mãe, em sã consciência quer o próprio prazer à custa do sofrimento do outro. A reciprocidade nas relações é importante.

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